Sempre que vou escrever mais uma crônica e encaro a tela do computador em branco, sinto um frio na barriga, pois é uma conversa ao pé do ouvido, ou talvez dos olhos, dos possíveis leitores. Aproximamo-nos de mais um final de ano e estou cercado de pessoas que correm freneticamente, de loja em loja, de shopping em shopping, procurando e comprando coisas, como se elas pudessem preencher o vazio que as torna tão ávidas por novos brinquedos, novas necessidades criadas por marqueteiros formados em psicologia, para assim descobrir por quais meandros do pensamento infiltrar cada vez mais a compulsão por consumir.
Vivemos agora a época do ano, que pelas tradições cristãs, chamamos de advento, as quatro semanas que antecedem o Natal. Advento: espera. Mas esperar o que se sabemos que tudo o que acontece é conseqüência de algum ato anterior? Vivemos hoje os resultados das desastradas atitudes dos nossos antepassados e cabe a nós a ousadia de mudar os paradigmas tão erroneamente enraizados em nossas atitudes, em nosso modo de desfrutar a vida.
Se olharmos com atenção percebemos que do universo de mais de seis bilhões de humanos que convivem hoje no planeta, uma pequena minoria, senhora das corporações que dirigem os destinos da humanidade, é quem manipula nossas atitudes, como se marionetes fôssemos. Sutilmente, determinam quais roupas vestir no outono, que comidas devemos comprar, listam as leituras da hora, os filmes que nos entreterão nas férias do verão e os programas televisivos que animarão nossas noites insones.
Dezembro é também o mês das muitas formaturas, dos vestibulares, das esperas angustiantes, para alguns, dos resultados. Para muitos estudantes que migrarão do ensino médio para a faculdade é o mês do advento de um recomeçar, ou melhor, de subir mais um degrau da íngreme estrada do conhecimento.
A única forma que temos de romper os cordões que nos tornam marionetes das vontades alheias é o estudo, a procura constante de mais conhecimento. Porém, caros amigos, estudar é mais que apenas acumular conhecimentos e técnicas que nos tornam ferramentas úteis dentro da engrenagem montada para produzir e consumir sempre mais. Chegou o momento de olhar para dentro de nós mesmos. As férias de final e início do ano podem, se estivermos atentos, nos mostrar o quanto estamos desligados do meio que nos contém: a terra como mãe e provedora de tudo o que temos e somos.
A mesma humanidade que através dos satélites lança olhares rumo ao infinito das milhares de galáxias, cheias de possibilidades, de mistérios que, lentamente, vão se revelando, como se arrancássemos os véus que nos escondem os mistérios do passado do universo – é a humanidade que ainda não consegue, ou não tem coragem de olhar para dentro de si mesma. Permitimos que uma minoria nos diga quem somos e a história nos tem mostrado que, através dos milênios da nossa caminhada rumo aos dias atuais, já fomos descritos e definidos das mais diversas formas. Criamos religiões e deuses à nossa imagem e semelhança e, até hoje, guerreamos em nome da fé. Falta-nos a coragem, ao menos para a grande maioria ainda falta, de assumirmos nossa pequenez e nossa fragilidade dentro do universo que conhecemos.
Raul Seixas numa de suas músicas nos adverte cantando que “buliram muito com o planeta, e o planeta como um cachorro eu vejo, se ele não aguenta mais as pulgas, se livra delas num sacolejo”. Abramos os olhos enquanto ainda é possível!
Vivemos agora a época do ano, que pelas tradições cristãs, chamamos de advento, as quatro semanas que antecedem o Natal. Advento: espera. Mas esperar o que se sabemos que tudo o que acontece é conseqüência de algum ato anterior? Vivemos hoje os resultados das desastradas atitudes dos nossos antepassados e cabe a nós a ousadia de mudar os paradigmas tão erroneamente enraizados em nossas atitudes, em nosso modo de desfrutar a vida.
Se olharmos com atenção percebemos que do universo de mais de seis bilhões de humanos que convivem hoje no planeta, uma pequena minoria, senhora das corporações que dirigem os destinos da humanidade, é quem manipula nossas atitudes, como se marionetes fôssemos. Sutilmente, determinam quais roupas vestir no outono, que comidas devemos comprar, listam as leituras da hora, os filmes que nos entreterão nas férias do verão e os programas televisivos que animarão nossas noites insones.
Dezembro é também o mês das muitas formaturas, dos vestibulares, das esperas angustiantes, para alguns, dos resultados. Para muitos estudantes que migrarão do ensino médio para a faculdade é o mês do advento de um recomeçar, ou melhor, de subir mais um degrau da íngreme estrada do conhecimento.
A única forma que temos de romper os cordões que nos tornam marionetes das vontades alheias é o estudo, a procura constante de mais conhecimento. Porém, caros amigos, estudar é mais que apenas acumular conhecimentos e técnicas que nos tornam ferramentas úteis dentro da engrenagem montada para produzir e consumir sempre mais. Chegou o momento de olhar para dentro de nós mesmos. As férias de final e início do ano podem, se estivermos atentos, nos mostrar o quanto estamos desligados do meio que nos contém: a terra como mãe e provedora de tudo o que temos e somos.
A mesma humanidade que através dos satélites lança olhares rumo ao infinito das milhares de galáxias, cheias de possibilidades, de mistérios que, lentamente, vão se revelando, como se arrancássemos os véus que nos escondem os mistérios do passado do universo – é a humanidade que ainda não consegue, ou não tem coragem de olhar para dentro de si mesma. Permitimos que uma minoria nos diga quem somos e a história nos tem mostrado que, através dos milênios da nossa caminhada rumo aos dias atuais, já fomos descritos e definidos das mais diversas formas. Criamos religiões e deuses à nossa imagem e semelhança e, até hoje, guerreamos em nome da fé. Falta-nos a coragem, ao menos para a grande maioria ainda falta, de assumirmos nossa pequenez e nossa fragilidade dentro do universo que conhecemos.
Raul Seixas numa de suas músicas nos adverte cantando que “buliram muito com o planeta, e o planeta como um cachorro eu vejo, se ele não aguenta mais as pulgas, se livra delas num sacolejo”. Abramos os olhos enquanto ainda é possível!
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