LIVROS (FL.SCHROEDER 15/07/09)
Gil Salomon
Livros. Feira do Livro de Jaraguá do Sul. Nada mais oportuno que refletirmos sobre a importância dos livros e da leitura. Cláudio de Moura Castro, em crônica publicada na Revista Veja, edição 2120, de oito de julho de 2009, expressa sua preocupação com a deficiência no ensino da linguagem. Segundo ele, “nossa juventude estará mal preparada para a sociedade civilizada se insistirmos em uma educação que produz uma competência linguística pouco melhor do que a de meninos-lobo”. Segundo o antropólogo Richard Leakey: “Nossos pensamentos, o mundo de nossa imaginação, nossas comunicações e nossa rica cultura são tecidos nos teares da linguagem... A linguagem é o nosso meio... É a linguagem que separa os humanos do resto da natureza.” O filósofo Ludwig Wittgenstein coloca que “os limites da minha linguagem são também os limites do meu pensamento”. Doris Leesing, escritora britânica e Prêmio Nobel de Literatura de 2007, afirma que “quando se corrompe a linguagem logo se corrompe também o pensamento de um povo”. Ainda segundo o colunista, “o bom ensino precisa ter como alvo número um a competência linguística”.
Após a invenção da escrita, o livro tornou-se a mais fiel testemunha da saga humana e, também, passou a ser seu maior tesouro, pois em suas folhas, muitas vezes surradas e amareladas, preservou todas as grandes conquistas humanas, tanto no terreno especulativo, artístico e filosófico quanto no aprimoramento das técnicas que tornaram possível o avanço científico que hoje presenciamos. Fantásticas viagens, aventuras, sonhos, reflexões, questionamentos – tudo isso nos é entregue ao avançarmos os olhos pelas páginas de um livro. Assim como não vemos o mesmo rio duas vezes, devido à eterna passagem das suas águas, também não há duas leituras iguais de um mesmo texto ou de uma mesma obra. Cada leitor interpreta um livro de acordo com seus conceitos ou seus filtros, culturais e morais. O próprio autor ao reler o que escreveu, muitas vezes, já faz uma leitura diferente da idéia original. O texto ganha vida própria, cria asas e se projeta no tempo, muito além das nossas finitas vidas...
A capa de um livro é uma porta que nos leva a um universo atemporal. Nesse contexto é possível discutir com Confúcio que nos instiga “a não procurar saber as respostas, mas sim compreender as perguntas” ou me adverte dizendo: “se não sabes, aprende, se já sabes, ensina”. Aprendo com Lao Tsé que “as palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis nem sempre são verdadeiras”. Percebemos dessa forma que a leitura não está aí para nos revelar todas as verdades, nem nos trazer todas as soluções. A leitura deve nos arrancar da zona de conforto e marasmo em que, muitas vezes, nos encontramos, para nos colocar no caminho da busca constante por mais saber, pois o que importa em nosso viver é a caminhada consciente em direção ao mistério final.
A história tem nos mostrado que a leitura sempre causou medo aos poderosos, pois sabem que um povo instruído, um povo que domina a linguagem, torna-se capaz de gerir seus próprios destinos. Um povo esclarecido jamais será escravo ou subserviente a uma classe. Uma sociedade humana justa e feliz (mesmo respeitando as limitações do que se interpreta como felicidade) é construída com escolas e bibliotecas.
Fica então o desafio de plantarmos livros, com as temáticas mais diversas, ao longo dos caminhos, pois assim eles nos proporcionarão não apenas conhecimento, mas também lazer e material para nossos mais loucos sonhos.
Gil Salomon
Livros. Feira do Livro de Jaraguá do Sul. Nada mais oportuno que refletirmos sobre a importância dos livros e da leitura. Cláudio de Moura Castro, em crônica publicada na Revista Veja, edição 2120, de oito de julho de 2009, expressa sua preocupação com a deficiência no ensino da linguagem. Segundo ele, “nossa juventude estará mal preparada para a sociedade civilizada se insistirmos em uma educação que produz uma competência linguística pouco melhor do que a de meninos-lobo”. Segundo o antropólogo Richard Leakey: “Nossos pensamentos, o mundo de nossa imaginação, nossas comunicações e nossa rica cultura são tecidos nos teares da linguagem... A linguagem é o nosso meio... É a linguagem que separa os humanos do resto da natureza.” O filósofo Ludwig Wittgenstein coloca que “os limites da minha linguagem são também os limites do meu pensamento”. Doris Leesing, escritora britânica e Prêmio Nobel de Literatura de 2007, afirma que “quando se corrompe a linguagem logo se corrompe também o pensamento de um povo”. Ainda segundo o colunista, “o bom ensino precisa ter como alvo número um a competência linguística”.
Após a invenção da escrita, o livro tornou-se a mais fiel testemunha da saga humana e, também, passou a ser seu maior tesouro, pois em suas folhas, muitas vezes surradas e amareladas, preservou todas as grandes conquistas humanas, tanto no terreno especulativo, artístico e filosófico quanto no aprimoramento das técnicas que tornaram possível o avanço científico que hoje presenciamos. Fantásticas viagens, aventuras, sonhos, reflexões, questionamentos – tudo isso nos é entregue ao avançarmos os olhos pelas páginas de um livro. Assim como não vemos o mesmo rio duas vezes, devido à eterna passagem das suas águas, também não há duas leituras iguais de um mesmo texto ou de uma mesma obra. Cada leitor interpreta um livro de acordo com seus conceitos ou seus filtros, culturais e morais. O próprio autor ao reler o que escreveu, muitas vezes, já faz uma leitura diferente da idéia original. O texto ganha vida própria, cria asas e se projeta no tempo, muito além das nossas finitas vidas...
A capa de um livro é uma porta que nos leva a um universo atemporal. Nesse contexto é possível discutir com Confúcio que nos instiga “a não procurar saber as respostas, mas sim compreender as perguntas” ou me adverte dizendo: “se não sabes, aprende, se já sabes, ensina”. Aprendo com Lao Tsé que “as palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis nem sempre são verdadeiras”. Percebemos dessa forma que a leitura não está aí para nos revelar todas as verdades, nem nos trazer todas as soluções. A leitura deve nos arrancar da zona de conforto e marasmo em que, muitas vezes, nos encontramos, para nos colocar no caminho da busca constante por mais saber, pois o que importa em nosso viver é a caminhada consciente em direção ao mistério final.
A história tem nos mostrado que a leitura sempre causou medo aos poderosos, pois sabem que um povo instruído, um povo que domina a linguagem, torna-se capaz de gerir seus próprios destinos. Um povo esclarecido jamais será escravo ou subserviente a uma classe. Uma sociedade humana justa e feliz (mesmo respeitando as limitações do que se interpreta como felicidade) é construída com escolas e bibliotecas.
Fica então o desafio de plantarmos livros, com as temáticas mais diversas, ao longo dos caminhos, pois assim eles nos proporcionarão não apenas conhecimento, mas também lazer e material para nossos mais loucos sonhos.
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